segunda-feira, 16 de abril de 2007

Eu acredito no aquecimento global


Não sei se é o primeiro candidato a "mal do século", mas a questão do aquecimento global, longe de ser um exagero midiático, é uma realidade a ser encarada. Penso que a grande maoria das pessoas encara o fato como algo longe de sua realidade, que não afetaria diretamente sua vida cotidiana.
Não sei o quanto isso já está se abatendo sobre nossas cabeças, mas sinto com absoluta certeza que algo está em curso e não há nada muito animador, a não ser a questão do debate na esfera executiva. O calor está maior, o frio está mais severo, o clima muda repentinamente e as projeções futuras são assustadoras.
O grande problema disso tudo, e isto afeta diretamente à mim, a você e todo o resto da humanidade é de que será preciso haver uma mudança em todo um modo de vida. Vivemos sob a égide capitalista e tudo neste planeta se move em cima de produção e consumo, como mudar uma filosofia incorporada em todos os níveis? Muito mais do que achar que a poluição é apenas o vilão disso tudo, nós, somos o principal problema.

Leis poderão ser criadas e alterações estruturais podem até ajudar na diminuição dos índices mas se não houver uma mudança na questão cotidiana que somada em cada indivíduo carrega todo esse sistema que aí está, não haverá solução certa e estaremos todos a morrermos afogados nas cidades, ou de sede, ou tostados sobre o chão seco. Parece exagero? Se olharmos pela janela agora talvez seja, mas se olharmos alguns anos á frente a vida pode ficar muito mais difícil. Como encarar que as jazidas de petróleo atuais devem se esgotar em 50, 60 anos? Como encarar que todo o sistema econômico de geração de energia é dependente dessa fonte finita? Alguém aí imagina a vida, por exemplo, sem petróleo? Pois se você acha que ele serve apenas pra fazer seu carro andar, é melhor ficar bastante preocupado.
Quando vemos que os americanos, maior nação consumidora e poluidora do mundo depende de petróleo essencialmente pra fazer aquela máquina industrial andar, só pra citar um exemplo, dá um arrepio em pensar que mudar substancialmente uma nação e seu modo de vida será tarefa quase impossível. E jogar a culpa exclusivamente na América (apesar de ser a maior responsável) é papo furado. Os chineses e indianos estão aí, crescendo – consumindo, cada vez mais, loucos pra usufuírem de uma vida capitalista plena. A indústria continua a todo vapor e queremos mais e mais.
Chegamos até aqui absolutamente incorporados no modo de vida que levamos hoje, em todo o mundo, mudar isso assim é coisa pra muitas e muitas décadas, isso, é claro, se acharem outros meios que substituam as fontes geradoras da economia hoje. Se conseguirmos usar água da maneira responsável, se os governos cuidarem como deveriam cuidar de suas florestas e reservas naturais, se nós fizéssemos um esforço em tentar mudar algo da vida diária...parece utopia hein?
Nasce-se muito mais e morre-se muito menos no mundo, a população do planetinha azul não tem outro endereço e se não começarmos a pensar em mudar isso, em todos os níveis, aí sim, a coisa vai ficar preta. E já está ficando, ou você acha que gelo não derrete?

Um comentário:

Anônimo disse...

Acho que a questão do aquecimento é talvez a mais séria dos últimos tempos... Desde o ínício do registro da nossa história acabamos diariamente com o planeta. Freud diz que o homem busca a morte no fim das contas e me parece que nas "viagens" da psicanálise a humanidade só vem a reafirmar a teoria. Afinal, o que é a destruição do planeta senão um ato coletivo em busca do fim da nossa existência?!
Assim como os dinossauros nós também seremos extintos... e ainda temos a petulância de dizer que raciocinamos!
Desculpem se pareço pessimista, mas o assunto em questão realmente me abate e não me deixa enxergar por outras perspectivas... Sinto que os males que causamos já são suficientes para um grande grande estrago...