Deu na Folha de São Paulo: a Câmara dos Vereadores de São Paulo voltou a discutir a criação do Dia do Orgulho Heterossexual, projeto do vereador Carlos Apolinário, do PFL, candidado ao governo nas últimas eleições.
Se a Câmara aprovar o projeto, ele será levado ao prefeito Gilberto Kassab, que pode sancioná-lo ou vetá-lo, como fez no começo de fevereiro com o projeto de lei que penalizaria atos discriminatórios no município de São Paulo.
A proposta do Dia do Orgulho Hetero foi aprovada por duas comissões da Câmara. Agora só falta ir a plenário.
Se aprovado na Câmara e sancionado pelo prefeito, o Dia do Orgulho Hétero será no terceiro domingo de dezembro.
O que pode parecer cômico e/ou surreal esconde uma questão muito mais importante: a crescente busca de espaço e afirmação dos gays perante a sociedade da década de 90 pra cá incomoda muita gente e das mais variadas formas. Projetos como este do nobre vereador citado acima são apenas a ponta do iceberg. Buscar direitos civis legítimos não é tarefa fácil e vivenciar isto no presente, acontecendo agora, dá um misto de apreensão, medo e coragem. A homofobia, assim como todos os preconceitos disfarça-se de diferentes maneiras e está presente em nosso cotidiano. Uma proposta como essa deveria ser tratada com a mesma indignação se alguém se propusesse a criar o "dia do orgulho branco", por exemplo.
A MTV anunciou sua nova programação, uma das novidades será o novo programa de Marcos Mion. Eis o que diz a emissora num boletim informativo:
"Com uma hora de duração, o "Mucho Macho", exibido as quintas (22h), é apresentado por Marcos Mion e destinado ao público masculino --com análises de videoclipes e seu índice de "macheza"."
Gostaria sinceramente de congratular o gênio da televisão que teve a brilhante idéia de formular um programa estúpido como esse. Há duas semanas um professor foi espancado em São Paulo num ataque homofóbico, teve deslocamento do maxilar, uma costela quebrada, um braço quebrado e escoriações por todo o corpo.
domingo, 4 de março de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)

Nenhum comentário:
Postar um comentário